O Pantanal, uma das maiores planícies de sedimentação do mundo, ocupa grande parte do centro oeste brasileiro e se estende pela Argentina, Bolívia e Paraguai, onde recebe outras denominações. Dificilmente pode ser estabelecido um cálculo exato de suas dimensões, sabendo-se porém que a porção brasileira, localizada em partes dos Estados do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul, está estimada em cerca de 150.000 km2.
Essa imensa planície, levemente ondulada, pontilhada por raros morros isolados e rica em depressões rasas, tem seus limites marcados por variados sistemas de elevações, como chapadas, serras e maciços e é cortada por grande quantidade de rios, todos pertencentes à Bacia do Rio Paraguai.
Situado no centro do Continente Sul-Americano, o Pantanal é circundado, do lado brasileiro (norte, leste e sudeste) por terrenos de altitude entre 600-700 m, estende-se a oeste até os contrafortes da cordilheira dos Andes e se prolonga ao sul pelas planícies pampianas centrais. As terras latas do entorno, muitas delas de origem sedimentar ou formadas por rochas solúveis e friáveis, continuamente erodidas pela ação do vento e das águas, fornecem enorme quantidade de sedimentos que são depositados na planície, num processo contínuo de entulhamento. Formam-se assim terrenos de aluvião, muito permeáveis, de composição argilo-arenosa.
Na paisagem pantaneira, a fisionomia altera-se profundamente nas duas estações bem definidas do ano: a seca e a chuvosa. Durante a seca, nos campos extensos cobertos predominantemente por gramíneas e vegetação de cerrado, a água de superfície chega a escassear, restringindo-se aos rios perenes, com leito definido, às grandes lagoas próximas a esses rios e a algumas lagoas menores e banhados em áreas mais baixas da planície. Em muitos locais torna-se necessário recorrer aos estoques subterrâneos, utilizando-se bombas manuais e moinhos de vento para garantir o fornecimento às casas e bebedouros de animais domésticos.
Os tons pardo-acinzentados da vegetação ressequida não só são substituídos pelo verde nos terrenos próximos à água superficial ou abastecidos pelo lençol freático.
As primeiras chuvas da estação caem sobre um solo seco e poroso e são facilmente absorvidas. Com o constante humedecimento da terra a planície rapidamente se torna verde devido ao rebrotamento de inúmeras espécies resistentes à falta d’ água dos meses precedentes.
Em poucos dias o solo se encharca e não consegue mais absorver a água da chuva que passa a encher os banhados, as lagoas e transbordar dos leitos mais rasos, formando cursos de localização e volume variáveis.
Esse grande aumento periódico da rede hídrica no Pantanal, a baixa declividade da planície e a dificuldade de escoamento das águas pelo encharca mento do solo, são responsáveis por inundações nas áreas mais baixas, o que confere à região um aspecto de imenso mar interior. Somente os terrenos mais elevados e os morros isolados sobressaem como verdadeiras ilhas cobertas de vegetação, onde muitos animais se refugiam à procura de abrigo contra a subida das águas.
LOCALIZAÇÃO:
No coração da América do Sul, entre os paralelos 16 e 22 graus de longitude sul e os meridianos 55 e 58 graus de longitude oeste.
ÁREA:
Ocupa uma área na região Centro Oeste do Brasil de 189 mil quilômetros quadrados, conforme o Dicionário Geográfico do IBGE, dos quais 63% em Mato Grosso do Sul e 37% em Mato Grosso.
ALTITUDE:
Média de 110 metros.
DECLIVIDADE:
De 6 a 12 cm por quilômetro no sentido leste-oeste e de 1 a 2 cm por quilômetro no sentido norte-sul.
GEOLOGIA:
AB'SABER (1988), em um extenso trabalho sobre a origem do Pantanal Matogrossense, desenvolve a idéia de que o que hoje é uma depressão teria sido no passado uma vasta abóbada de escudo, que funcionava como área de fornecimento detrítico para as bacias sedimentares do Grupo Bauru (Alto Paraná) e Parecis.
A vasta abóbada de escudo existente até o Cretáceo comportou-se depois como anticlinal esvaziada, de grande amplitude regional. Isto teria acontecido porque durante o soerguimento pós-cretácico de conjunto teriam ocorrido nela falhamentos importantes facilitando seu desventramento.
Hoje o Pantanal Matogrossense se caracteriza por extensas planícies de acumulação, com cotas inferiores a 200 metros. Sua evolução pretérita, atual e futura está submetida às condições das áreas elevadas que o rodeiam, pois estas constituem sua fonte de água e sedimentos (Godói Filho, 1986). Este autor apresenta algumas características geológicas das formações que ocorrem nas planícies de acumulação e daquelas que constituem sua área de influência: Complexo Rio Apa, Complexo Xingu, Grupo Rio Branco, Suite Intrusiva Guapé, Grupo Cuiabá, Grupo Corumbá, Grupo Jacadigo, Grupo Alto Paraguai, Grupo Amoguijá, Suite Intrusiva Alumiador, Suite Intrusiva Rio Alegre e Grupo Aguapeí (Pré-Cambriano); Formações da Bacia Sedimentar do Paraná, Basalto de Tapirapuã, Formação Jauru e Intrusivas Ácidas (Paelozóico e Mesozóico); Cobertura Detrito-laterítica, depósitos detríticos, Formação Xaraiés e Formação Pantanal (Cenozóico).
Ao longo dos trabalhos de mapeamento geomorfológico realizados através do Projeto RADAMBRASIL (Franco & Pinheiro, 1982) foram identificadas nove unidades geomorfológicas na região, destacando-se a unidade denominada Planícies e Pantanais Matogrossense, que os autores descreveram como sendo um enorme anfiteatro voltado para oeste. Esta unidade foi subdividida em oito Pantanais, individualizados por suas características morfogenéticas (altimetria relativa, litologia e pedologia) e botânicas: Pantanal do Corixo Grande-Jauru-Paraguai, do Cuiabá-Bento Gomes-Paraguaizinho, do Itiquira-São Lourenço - Cuiabá, do Taquari, do Negro, do Miranda-Aquidauana, do Jacadigo-Nabileque, e de Paiaguás. Toda a discussão relativa à incorreção do uso do termo Pantanal (uma vez que não se trata de uma área com características pantanosas) e às diferentes propostas de sub-divisões da região foi extensamente relatada por da Silva (1990). O principal fato é que embora toda a área esteja submetida a uma gênese comum, caracterizada pelo processo de acumulação, a diferente disposição dos sedimentos confere características distintas a cada subunidade.
CLIMA E SOLO
No Pantanal, o clima predominantemente tropical, apresenta características de continentalidade, com diferenças bem marcantes entre as estações seca e chuvosa. Localizada na porção centro-sul do Continente Sul-Americano, a região não sofre influências oceânicas, mas está exposta à invasão de massas frias provenientes das porções mais meridionais, com penetração rápida pelas planícies dos pampas e do chaco. A temperatura usualmente alta, pode baixar rapidamente e até haver ocorrências de geadas, ficando as mínimas ao redor de 0º enquanto as máximas atingem quase 40º. As médias anuais registradas, em torno de 25º, têm como mínima 15º e máxima 34º.
De abril a setembro é a estação seca ou inverno , com chuvas raras e temperatura bastante agradável. Durante o dia pode fazer calor, mas as noites são frescas ou frias. Com o início das chuvas, geralmente em outubro, começa o verão que se prolonga até março. A temperatura, bastante elevada, só cai durante e logo após as pancadas fortes , voltando a subir até que novamente as grossas massas d’ água desabem sobre a região. É quando o Pantanal, úmido e quente, se transforma em imenso alagado onde os rios, banhados e lagoas se misturam. A partir de março o nível das águas vai baixando e o Pantanal começa a secar. No ápice da seca, entre julho e setembro, a água fica restrita aos leitos dos rios ou aos banhados e lagoas localizadas em porções baixas da planície, em permanente comunicação com os rios ou com o lençol freático.
O regime de chuvas determina uma alternância nas condições do solo, que é alagado no verão e seco no inverno. Há regiões altas que nunca são atingidas pelas cheias, regiões baixas que ficam quase sempre submersas e regiões de altitude intermediária, que se apresentam secas a maior parte do ano e alagadas durante alguns meses.
Por sua composição predominante argilo-arenosa os solos do Pantanal são caracterizados como pobres em sua parte mais profunda, mas como muito férteis na camada superficial, graças à deposição de matéria orgânica resultante da decomposição de restos animais e vegetais.
Variações climáticas e diversidades do pantanal durante o ano:
Janeiro e Fevereiro: Período das cheias onde os passeios de barco são o ponto forte para contemplar toda a flora pantaneira e admirar belas paisagens.
Março e Abril: Período das cheias, rico em flora, principalmente plantas aquáticas, belas paisagens, concentração de mamíferos, início da chegada das aves, clima quente no fim do dia, dias longos, chuvas.
Maio, Junho e Julho: Período da vazante (transição da “cheia” para a “seca”). Época muito rica em aves, principalmente o Colheireiro. Répteis e pequenos jacarés. Noites mais frias e dias secos.
Agosto e Setembro: Período de nascimento dos filhotes nos ninhais, rios bem mais secos, cores lilás e rosa nos Ipês, período bom para pesca, sem chuvas, vegetação seca, muitos répteis, mudanças bruscas de temperatura.
Outubro, Novembro e Dezembro: Preparação da saída das aves do ninhal, concentração de pequenas aves, rios e vegetações secas, clima quente, flores nos aguapés e um belíssimo pôr do sol.
ELEMENTOS DA PAISAGEM
A paisagem do Pantanal é caracterizada por terrenos muito vastos e planos, onde se sobressaem elevações como a as “cordilheiras”, os morros isolados e as serras, e depressões pouco profundas, a maioria preenchida durante grande parte do ano por água dos rios, lagoas e banhados. A altitude média de toda essa imensa planície é pouco superior a 100 m. Sua cobertura vegetal predominante é aquela característica dos campos limpos e cerrados e das matas.
CAMPOS:
São as formações mais freqüentes no Pantanal, podendo se apresentar sob dois aspectos diferentes : em regiões não inundáveis, de solo ácido e pobre, encontram-se os campos cerrados, onde a vegetação pouco densa é representada por espécies permanentes e efêmeras. Entre as permanentes, encontram-se arbustos e árvores de porte médio, caracterizados por troncos e galhos tortuosos, casca grossa e folhas coriáceas ou cobertas de pelos. O grupo das efêmeras compreende inúmeras ervas e gramíneas.
Em regiões mais baixas, sujeitas a inundações, os campos cerrados são substituídos por campos limpos ou campinas sem árvores, onde raras plantas lenhosas arbustivas ocorrem em meio a um tapete de capins. São excelentes pastagens naturais para o gado e para muitos herbívoros silvestres.
HIDROGRAFIA:
A principal bacia hidrográfica é a do rio Paraguai com 1400km de extensão. Os principais afluentes do rio Paraguai são: São Lourenço (560km), o Miranda (264km) e Taquari (850km). A Bacia Hidrográfia do Alto Paraguai te, como base a cota de 200m acima do nível do mar (a.n.m.). Compreende uma área de 107.400 km², o que corresponde a 24% da área total do Estado.
SUB-BACIAS HIDROGRÁFICAS
O Estado de Mato Grosso do Sul abriga uma densa rede hidrográfica. É banhado por duas importantes bacias hidrográficas do Brasil: a Bacia do Rio Paraguai, que drena a porção ocidental e, a Bacia do Rio Paraná, drenando a porção oriental, tendo a Serra de Maracajú como principal divisor de águas.
REGIÕES INUNDADAS DO PANTANAL
Os alagamentos no Pantanal são periódicos e, à medida em que se verifica uma mudança na topografia, percebe-se uma diferenciação idêntica nos períodos de tempo em que cada porção permanece inundada durante o ano.
FAUNA:
São aproximadamente 280 espécies de peixes, 90 de mamíferos, 600 de aves e 50 de répteis.
FLORA:
São aproximadamente 1500 espécies de plantas estimadas pela EMBRAPA.
Caso tenha deixado para finalizar seu roteiro no destino visitado, procure os Centros de Atendimento ao Turista.
Ao ser abordado por prestadores de serviços turísticos e se sentir pressionado ou molestado, procure:
– Delegacia de Proteção ao Turista: (067) 3368 6144
– Delegacia Virtual: www.pc.ms.gov.br
– Procon Mato Grosso do Sul: Telefone: 151
– AGEPAN – Agência Reguladora de Transportes – MS:
www.agepan.ms.gov.br / 0800 600 05 06.
VACINAÇÃO
É aconselhável vacinar-se contra a febre amarela 10 dias antes da viagem ao Pantanal.
As vacinas são fornecidas gratuitamente pela Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, nos Aeroportos (Guarulhos, Congonhas – SP, Campo Grande – MS, Rodoviária em Corumbá – MS) em postos de vacinação e nas divisas dos Estados de MT e MS.
O QUE TRAZER
Máquinas fotográficas, binóculos, mochilas pequenas, protetor solar, repelente de insetos, capa de chuva, calças compridas para passeios a cavalo, chapéus ou bonés, botas ou tênis, e roupas confortáveis para caminhadas e agasalhos para não ser surpreendido por uma queda brusca de temperatura.